Parques tecnológicos surgiram de forma espontânea em diversas partes do mundo, sendo a experiência pioneira de maior sucesso aquela ocorrida na Universidade de Stanford, na década de 50 e que originou o arranjo conhecido como Vale do Silício. A partir de então, a percepção de que a articulação entre pesquisa acadêmica e iniciativas empresariais potencializava o desenvolvimento econômico e tecnológico levou a políticas públicas de estímulo a criação de parques tecnológicos em todo o mundo.

A forma de governança e a estrutura de gestão dessas instituições são bastante variadas em função de seus anos de criação, país e partes interessadas, dando origem a diferentes denominações, entre as quais: cidades científicas, tecnópolis, parques de pesquisa, parques científicos e tecnológicos, etc. No final da década de 1980 já se contabilizava mais de 160 parques desse tipo apenas na soma de Europa e Estados Unidos. No Brasil, dados de 2014 do MCTI registravam 94 parques e projetos de parques.

A proposta aqui apresentada é resultado da iniciativa do Comitê de Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Planejamento e Implantação do Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia, formado em 2013, por cinco instituições, incluindo UFSB, UESC, CEPLAC, IFBA e IFBaiano.

A Microrregião de Ilhéus-Itabuna, de atuação imediata do Parque, reúne diversas características que a tornam diferenciada como sede em para um parque desta natureza. Trata-se de Microrregião com duas cidades médias (distando cerca de 30 km de centro a centro) em processo irreversível de conurbação. Itabuna (a quinta maior cidade do estado) tem pouco mais de duzentos e vinte mil habitantes e ostenta o quinto maior IDH da Bahia. Já Ilhéus, tem 185 mil habitantes e a microrregião, com seus 41 municípios, pouco mais de um milhão de habitantes.

  • Além de três instituições de ensino superior federais (UFSB, IFBA e IF-Baiano), a Microrregião tem a segunda maior IES pública da Bahia em termos de produção científica, a UESC, uma importantíssima outra instituição federal de ciência e tecnologia, a cinquentenária CEPLAC, um centro de pesquisa privado na área de TICs, o CEPEDI e um recém-instalado Instituto Senai de Tecnologia. Sua rede privada de ensino superior conta com dez faculdades, centros universitários e universidades.

  • A CEPLAC já está disponibilizando mais de 38 hectares de terras totalmente antropizadas, às margens da rodovia que liga os dois municípios com o PCTSul e as IES públicas a ele relacionadas.

  • Além de um aeroporto comercial já em operação, a região será contemplada com um novo e ampliado aeroporto internacional a ser construído entre as duas cidades e a poucos quilômetros do terreno já destinado à construção do parque.

  • A Microrregião recebeu investimentos federais para pesquisa, já em 1925, por meio de sua primeira estação experimental, já voltada à otimização dos processos produtivos de cacau. Por conta de esforços pioneiros como este e de uma combinação rara de solo e clima, a região transformou-se em valiosíssimo acervo de germoplasma com reconhecimento e interesse internacionais.

  • Em seis anos a região terá cerca de 500 doutores e Ph.D.s residindo a menos de 20 km do terreno disponibilizado ao Parque, e o que é raro: com um provável tempo médio de deslocamento inferior a 30 minutos.

Ao longo de 2014 e 2015 a proposta ganhou novos parceiros de peso: O Instituto Arapyaú, o SINEC – Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares de Ilhéus e Itabuna e o CEPEDI – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Informática e Eletro-eletrônica de Ilhéus.

Com intensa participação de todos esses parceiros conseguimos, ainda em dezembro de 2015, registrar o Estatuto do Parque e dar entrada no CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas. Em 2016 a CEPLAC, em reunião de seu corpo gerencial, decidiu iniciar os procedimentos junto à Superintendência do Patrimônio da União para a cessão inicial de 57 hectares de terreno para o empreendimento.

Em março de 2017 o PCTSul foi apresentado ao público , com a presença de diversas autoridades e representantes dos segmentos envolvidos. Foi também inaugurado seu primeiro empreendimento, o Centro de Inovação do Cacau – CIC, localizado no edifício do IPAF, no Campus da UESC.